segunda-feira, 5 de março de 2012

Fubá

Volta-Seca: uma criança no cangaço
Esse caso ocorreu há muito tempo, e ilustra como um mal-entendido sem ser esclarecido, pode se transformar em um grave problema de relacionamento.  Nós o conhecíamos de vista, recém-chegado de Pernambuco com sua esposa, tinha uma conversa muito simpática e um sotaque acentuado, o que nos divertia bastante, vou omitir seu nome verdadeiro e chamá-lo de Volta-Seca em homenagem a um personagem de Jorge Amado ...

sexta-feira, 2 de março de 2012

O Aniversariante Deu o Bolo



Existem pessoas que marcam sua existência na Terra pela força com a qual sua personalidade influi na vida daqueles que o cercam. Marco era uma dessas pessoas. Averso a homenagens e comemorações onde era a personagem principal, abdicou dessa surpresa em seu último aniversário entre aqueles que o admiravam e respeitavam como chefe e como pessoa, em favor de outros afazeres que não quis compartilhar. Enviei-lhe as fotos por Email, com um trocadilho do tipo "...não apareceu, o povo comeu..." e respondeu-me :

quinta-feira, 1 de março de 2012

O Tubo da TV


Foi nos idos de 67 ou 68. A cidade era Ubatã, na Bahia. A volta da escola, à tardinha, Sofia e eu de mãos dadas, percorríamos o trajeto de algumas centenas de metros da escolinha até em casa, as vezes acompanhados, as vezes sós, ela dois anos mais velha, precocemente imbuída de responsabilidade, cuidando do capetinha sem-juízo, em seu uniformezinho vermelho. Éramos somente os dois e compartilhávamos o quarto e as brincadeiras.


Ao chegar em casa, eu partia para o quintal e não dava as caras até que a noite caísse. Painho chegava, corríamos a recepciona-lo embaraçando em suas pernas e subindo em seus sapatos, para que andasse sem pisarmos no chão. A janta na mesa, a conversa no sofá, meninos brincando ao chão, carrinhos de lata, bonecas e pequenos móveis de brinquedo.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sol de Verão


Da janela do palácio estende-se a avenida. Ônibus circulam a praça cívica, cujas bandeiras tremulam preguiçosas levadas pela brisa da tarde que inicia. Ainda sinto o torpor da lauta refeição servida no almoço, regada a copos de refrigerantes e animadas conversas entremeadas de piadas e sorrisos diversos. Expectativas sobre o curso, aulas sobre gestão de micro-empresas, administração financeira, gestão comercial, olhos brilhando, alunos eloquentes, mentes sedentas de saber, potenciais grandes empresários no início de suas carreiras.


Um pássaro cruza a praça em voo planado e rasante, desviando a atenção da voz monótona do palestrante, que desfia um rosário incontável de situações onde um empréstimo pode ser aprovado em uma linha creditícia. Leva consigo a minha imaginação, a cruzar a praça em mergulho vertiginoso para além da linha de visão... cheiro de fumaça de carro, do sanduíche na chapa, olhos lacrimejantes de vento, de velocidade, curvas fechadas, mergulhos em picada, aclives acentuados, novos mergulhos, novas curvas e o pouso no galho da árvore.


Ops! Babei...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Caminho pra Casa




Fim de tarde, horário de verão, 60 km de rodovia até em casa... velocidade de cruzeiro, janelas abertas, teto solar aberto, céu azul, trânsito fluindo numa boa... e o som rolando alto nos alto-falantes. Temperatura agradável, vento soprando, liberdade, nada na cabeça.
Barreira eletrônica, velocidade cai para 80 Km/h e vai subindo lentamente até estabilizar em 100 Km/h. Sinto o contato do banco com as costas e o cinto de segurança me protegendo. Bob Dylan com a voz esganiçada e o violão monocórdico entoando:
"Oh, where have you been, my blue-eyed son?
Oh, where have you been, my darling young one?
I've stumbled on the side of twelve misty mountains,
I've walked and I've crawled on six crooked highways,
I've stepped in the middle of seven sad forests,
I've been out in front of a dozen dead oceans,
I've been ten thousand miles in the mouth of a graveyard,
And it's a hard, and it's a hard, it's a hard, and it's a hard,
And it's a hard rain's gonna fall."

O odômetro segue mostrando os quilômetros passando, os carros passando, o tempo passando... a vida passando.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

No começo…



Engraçado… acho que eu sempre quis escrever… de alguma maneira achei que seria escritor. Entretanto, a vida leva a gente por caminhos diferentes, dobramos uma esquina e nos encontramos em uma nova atividade, atravessamos uma ponte e já estamos vendedores, subimos a ladeira e somos programadores. Caramba! Melhor assim, fazemos sempre de tudo um pouco, aprendemos, desempenhamos, dominamos um assunto – daí a pouco não sabemos mais nada, precisamos recomeçar e começar… começar…
O Sol de Tolo nasce de uma vontade de expressar e também relembrar. Relembrar as aulas de redação da escola primária, onde a imaginação corria solta no papel, e as notas eram sempre as melhores. O Sol de Tolo vai mostrar um pouco de tudo, e pretende se tornar um repositório de notas e fotos, quase sempre tiradas com celular. Depois, vamos ver até onde isso nos leva, ok?
A foto é do entardecer da Feira da Lua em Goiania, no meu aniversário de 2012.